Danilo Azevedo, do Prosa Afiada
Com o objetivo de discutir como anda o carnaval de rua de Salvador, aconteceu nessa semana o Ciclo de debates sobre o Carnaval do Brasil. O evento que integra o programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura, contou com a participação de estudiosos, músicos e pessoas que fazem o carnaval de Salvador.
Agora há pouco, no Teatro Vila Velha, ocorreu a última mesa redonda, que teve como tema a Organização do Carnaval: As Políticas públicas para o carnaval e o folião "Pipoca". Dentre os participantes da mesa estavam Joaquim Nery (Diretor da Central do Carnaval e do bloco Camaleão), Gerônimo Santana (Cantor e Compositor), Paulo Henrique Almeida (Superintendente de Promoção Cultural da Secretária Estadual da Cultura), Paulo Lima ( Fundação Gregório de Matos) e Walmir França (Fórum de Entidades Negras-BA).
Na sua palestra, Gerônimo sugeriu que se criasse um Ministério do Carnaval, para realizar um melhor planejamento da festa, e criticou o tratamento dado ao artista de trio independente. "A gente não toca só pelo nome, tem que ir cheio de papel para entregar à prefeitura, e depois de três meses receber o cachê".
Logo em seguida, Joaquim Nery falou da necessidade de se pensar o carnaval como um investimento e não como um custo. "O total de recursos que é gasto (R$20 milhões segundo a prefeitura) pela Estado é bem pequeno diante do retorno (em torno de meio bilhão de reais, segundo dados do carnaval 2007 da SECULT) que a festa traz para a Bahia durante o carnaval e o restante do ano".
Espaço e Segurança
A falta de espaço para o folião pipoca nos circuitos e a violência foram questões levantadas pelos palestrantes. "Não há mais espaço para o folião que não está dentro do bloco ver o seu artista preferido. É balão (de publicidade) de um bloco batendo no outro", reclamou Walmir França. Todos participantes da mesa concordaram que a falta de espaço se deve a grande densidade de pessoas concentradas em poucos espaços.
A segurança foi elogiada. "Diante das multidões que estão nas ruas durante o carnaval, o índice de ocorrências é bem pequeno, embora o risco de um estopim gerar uma catástrofe seja grande", concluiu Paulo Henrique Almeida. Além disso, o deslocamento de grande parte do efetivo de policiais de alguns bairros para o circuito da festa também foi apontado como causa do aumento da violência em outros locais da cidade.
Vídeos e foto feitos de um celular.
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