Ser um diplomata. É com esse objetivo que muitos jovens ingressam em cursos de Relações Internacionais (RI). Gabriel Cardozo (ver foto ao lado), 19, é um deles. Cursando o segundo semestre de RI na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o estudante baiano, há 8 meses na capital paulista, sonha em um dia chegar ao Itamaraty. “Sempre gostei muito de política. Vejo na diplomacia, uma oportunidade única de atuar internacionalmente em questões políticas de interesse do meu país.”
A diplomacia é apenas uma área de atuação do internacionalista, nome dado ao profissional de relações internacionais. “Por ser um curso recente, muitas pessoas não reconhecem as variadas ações que podem ser desenvolvidas pelo profissional de relações internacionais, que vão desde a análise de conjuntura político-econômica mundial para o comércio exterior à atuação em organizações não governamentais (ONG’s)”, afirma Soraya Pessino, coordenadora do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário da Bahia (FIB), e representante no Brasil, da Rede de Cidades Iberoamericanas (CIDEU).
No Brasil, segundo o Ministério da Educação (MEC), existem 95 Instituições de Ensino Superior (IES) que oferecem a graduação em Relações Internacionais. Destas, a única federal é a Universidade de Brasília (UnB). Na Bahia, apenas a FIB e a Faculdade Jorge Amado (FJA), ambas privadas, oferecem o curso.
Pensar global, agir local
A necessidade dos países e empresas em ter profissionais especializados e qualificados na análise de um ambiente político e econômico internacional globalizado, fez crescer a importância do trabalho dos internacionalistas. “Hoje, os Estados e as corporações estão mais susceptíveis à influências externas, elas precisam de um profissional que pense globalmente e aja localmente”, pontua Paloma Mayoral, professora e coordenadora do curso de Relações Internacionais da FJA.
As relações internacionais são uma atividade que exige do profissional uma abertura para campos de conhecimento variados, entre eles, a economia, a política, a sociologia, o direito e a administração. Além disso, dominar outros idiomas é indispensável para a profissão. Pelo seu caráter multidisciplinar e generalista, além da carreira diplomática, o internacionalista pode atuar no setor público, em empresas privadas, em organizações internacionais governamentais (OIG)ou não Governamentais (ONG) e no ensino. No mercado, os conhecimentos de relações internacionais são usados para gestão internacional, análise prospectiva e na gestão de projetos internacionais de desenvolvimento.
Na Bahia, e em Salvador, o mercado para as relações internacionais está em expansão. “A importância do papel crescente do município no cenário internacional aliado ao crescimento das atividades internacionais de pequenas empresas em todo o mundo, proporcionam ao internacionalista um campo vasto de trabalho, mesmo em cidades menores.”, diz Soraya Pessino.
Alexandre Guerra, 29, estudante do oitavo semestre da FIB, que trabalha numa multinacional na área de gestão ambiental, ressalta a importância da leitura para o internacionalista. “Um bom profissional precisa ser crítico em relação à atuação das empresas e do governo. É indispensável estar sempre informado sobre o que acontece no mundo”.
Além do estágio remunerado, o trabalho voluntário também é outra forma de adquirir experiência no mercado de trabalho. Muitas ONG’s disponibilizam vagas para os estudantes. Juliana Lima, 21, estudante do sexto semestre da FJA, participou como voluntária do projeto Simulador das Nações Unidas. “Nós (estudantes) devemos ter a responsabilidade de converter parte do que a gente recebe com a internacionalização para a comunidade, isso é compromisso social”.
Curso
A graduação em Relações Internacionais é multidisciplinar com formação ampla. Nos dois primeiros anos, estudam-se disciplinas que são a base teórica do curso, tais como história, economia, política e direito. Nos anos posteriores, o estudante tem um direcionamento profissional focado em matérias nas áreas de cooperação, diplomacia e comércio internacional. O curso tem duração de quatro anos. Para se formar, é necessário ainda provar o domínio de, no mínimo, um segundo idioma.
Segundo Carlos Milani, internacionalista, professor e Coordenador do Laboratório de Análise Política Mundial (LABMUNDO), da Universidade Federal da Bahia, o estudante de relações internacionais tem que estar aberto para o conhecimento de outras realidades culturais, econômicas e políticas – e também para o desenvolvimento da curiosidade lingüística. “O internacionalista precisa de uma abertura para o conhecimento enciclopédico, não especializado, mas sempre buscando associá-lo a algum tipo de expertise particular”.
Para saber mais:
- Das 95 instituições de ensino superior que oferecem o curso de RI no Brasil, apenas 5 são públicas.
- O preço da mensalidade do curso de RI, em Salvador, varia entre R$450 e R$707.
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Foto tirada de um celular Nokia 6265
6 comentários:
olá danilo, boa matéria voce está de parabéns, bem esclarecedora pra quem tenta ingressar na carreira, pena que nao foi escolhida.
abraços,
Berta Rehm
a matéria está muito bem construída. ficou tão boa que uma certa editora de um certo jornal teve que dar um "intensivão" para as candidatas que ela queria aprovar chegarem ao nível que vc está.
parabéns, cara.
(só uma coisa: esse cara tinha que estar com uma camisa do VICEtória? cara babaca!)
Temos que respeitar os gostos e as preferências das pessoas. Não ofenda minha fonte!
parabéns
Danilo,
A matéria está com um esqueleto muito bom, as idéias claras, o conteúdo encadeado. Parabéns!
A minha hipótese de vc n ter passado com ela é a de que a editora deve torcer pelo Bahia! rsrsrs
Bjão!
boa matéria,esclareceu muitas coisas para mim.
so uma coisa, é obrigatoria ter fluencia em 2 indiomas?
eu estou fazendo curso de ingles no momento.
abraço
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