9 de mar. de 2007

Brasil: É possível vencer a pobreza e a desigualdade?


A pobreza e a desigualdade social são dois grandes problemas para o Brasil. Eles impedem o crescimento socioeconômico, geram violência e matam milhares de brasileiros todos os anos. Mas o que fazer para vencê-los? De que forma o Governo e a sociedade civil podem ajudar nessa missão?

O Governo Federal, nos últimos anos, tem investido em projetos, como o Bolsa Família, que fornecem um auxílio mensal de R$ 15 a R$ 90 para os pais manterem seus filhos matriculados numa escola regular. Os esforços pela universalização da educação básica de qualidade são imprescindíveis para que mais brasileiros se incorporem à sociedade moderna, tendo recursos intelectuais mínimos para participar da vida em sociedade e para trabalhar de maneira mais produtiva. Entretanto, é necessário um olhar mais crítico sobre a educação e observar que tais medidas não são suficientes para dar conta dos problemas da desigualdade e da pobreza. O apoio público aos necessitados ou excluídos é necessário para aumentar as políticas orientadas a gerar uma igualdade no acesso às oportunidades. Todavia, observamos ao longo da história um aproveitamento político dessas medidas. Práticas arraigadas de corrupção prosperam nesses tipos de projeto, principalmente pela falta de fiscalização efetiva sobre eles.

O Brasil, para vencer a pobreza e a desigualdade, precisa de reformas estruturais e de redistribuição de renda. Os brasileiros necessitam de um mercado de trabalho de qualidade, precisam ser bem remunerados pelas funções que desempenham. O sistema político representativo deve ser reformulado para propiciar a maioria dos cidadãos uma aproximação com os representantes políticos e exigir deles a coerência e o discernimento necessários para cuidar dos interesses do país. É imprescindível também uma reformulação no sistema judiciário a fim de torná-lo mais eficiente e evitar que os problemas de criminalidade e violência fiquem impunes.

As limitações do Governo Federal impossibilitam-no de promover esse processo sozinho. Para realização dessas reformas é necessário um aumento nos gastos. Esse dinheiro extra, que poderia ser usado para as reformas, é utilizado para pagamento da dívida externa e dos privilégios de classe. Entretanto, mesmo com um aumento de gasto para as reformas de base, não é possível afirmar que haverá uma promoção de igualdade social, pois a desigualdade facilmente piora enquanto diminui a pobreza. A participação da sociedade é de suma importância. Mas essa participação tem que ser geral e não resumida a uma parte organizada. Só com uma pressão por mudanças e com a perda do medo de lutar contra as injustiças e de possibilitar a igualdade ao acesso às oportunidades, o Brasil conseguirá vencer a pobreza e a desigualdade e ser um país melhor para o seu povo.
Foto extraída: www.fotogarrafa.com.br/

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