A Câmara dos Deputados inicia hoje a semana da Mulher, que vai até o dia 09 deste mês. Na programação constam discussões orçamentárias para áreas ligadas às mulheres além de atividades culturais. Aproveitando o cenário festivo (?) do mês de março, aproveita-se para discutir o papel da mulher na Reforma Política.
Também está prevista a apresentação de uma pesquisa que mostra a situação da mulher em mais de 70 países. Espera-se que o evento não seja apenas mais um episódio do teatro político com que os brasileiros estão acostumados, e que possibilite a fiscalização do cumprimento da legislação corrente - em agosto passado foi sancionada a Lei Maria da Penha, triplicando a pena para as agressões domésticas.
Um levantamento realizado pelo IBOPE em 2004, encomendada pelo Instituto Patrícia Galvão, aponta a violência contra a mulher como a maior preocupação da brasileira, diante de uma lista de problemas. Em primeiro lugar, foi registrado o medo da violência contra a mulher dentro e fora de casa (30%), na frente de uma série de outros problemas, como câncer de mama e de útero (17%) e a Aids (10%).
O crescente número de casos contra esta parcela da população trouxe a necessidade de criação de delegacias especiais em todo o país. Na Bahia, a Delegacia Especial no atendimento à Mulher (Deam), criada desde 2001, registra, diariamente, de 25 a 40 queixas.
Carnaval
O Observatório da Discriminação Racial e da Violência Contra a Mulher divulgou uma mostra da pesquisa realizada pelo Centro de Referência Loreta Valadares, que ouviu as folias pelas ruas soteropolitanas este ano. Os depoimentos refletiam suas preferências, opiniões e demandas da festa.
Carnaval
O Observatório da Discriminação Racial e da Violência Contra a Mulher divulgou uma mostra da pesquisa realizada pelo Centro de Referência Loreta Valadares, que ouviu as folias pelas ruas soteropolitanas este ano. Os depoimentos refletiam suas preferências, opiniões e demandas da festa.
Em relação às cordeiras, 95,6% são mulheres auto-declaradas pretas e pardas, com nível fundamental incompleto (60,9%). Uma estimativa de 46,7% delas afirma ter o trabalho doméstico como única fonte de renda fixa. Questionadas quanto às assistências prestadas pelos blocos em caso de brigas ou qualquer outro tipo de envolvimento em situações de risco, 73,9% afirmou não ter nenhum tipo de orientação jurídica que possa lhes dar segurança.
Os dados que têm sido divulgados não são muito animadores. Essa é a conclusão mais comum quando se aproximam as comemorações dos dias das minorias. O próximo passo, então, é o clichê: comemorar ou não o 8 de março? Mais que em qualquer outro espaço, na esfera política esses eventos inspiram certa hipocrisia.
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