A violência nos últimos meses causou indignação na população brasileira. Casos como o de João Hélio, que foi arrastado por 7 km e morto do lado de fora do carro, logo após sua mãe ter sido vítima de um assalto, no Rio de Janeiro e o da adolescente Priscila Aprigio, de 13 anos, baleada no ponto de ônibus durante um assalto à agência do banco Itaú da Avenida Ibirapuera, em São Paulo, geraram uma exigência por mudanças nas leis de segurança pública brasileiras . Na lista de votações da Câmara e do Senado dessa semana havia alguns projetos de segurança pública para serem votados. Entretanto, os deputados e senadores optaram por adiar as votações desses projetos.
Na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, três projetos tiveram a votação adiada, entre eles o que acaba com a prescrição retroativa ao crime, ou seja, o tempo de prescrição do crime começa a contar somente após a data de publicação da sentença do acusado, ao contrário do que acontece hoje em que a prescrição do crime começa a valer a partir do recebimento da denúncia ou data do crime cometido, antes de acontecer o julgamento.
No Senado, o projeto mais polêmico da redução da maioridade penal dos 18 para os 16 anos também teve a sua votação no plenário adiada e no lugar da votação foi criada uma comissão especial de seis senadores para discutir o assunto por um prazo de 30 dias, renováveis por mais 15. Essa decisão foi tomada por existir uma pressão muito grande de alguns setores da sociedade como a igreja e as entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente contra a votação da proposta no plenário. O assunto já esteve no centro das atenções em outras ocasiões em que adolescentes cometeram crimes bárbaros, todavia em todas elas baixada a pressão popular, o projeto foi arquivado.
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