A mortandade de peixes verificada no último final de semana nas cidades de Santo Amaro, Saubara e, recentemente, Salinas, preocupa a população local. No município de Saubara, cidade mais afetada pelo desastre ambiental que resultou na morte de 50 toneladas de peixes nos últimos 15 dias na região da Baía de Todos os Santos, dos 12 mil habitantes da cidade, cerca de 3 mil vive exclusivamente da pesca, que está suspensa desde o dia 17 de março. Alguns pescadores arriscaram o aumento da quantidade de carne nos seus estoques. No entanto, o baixo poder aquisitivo da população local impediu que a iniciativa reduzisse o prejuízo causado.
A diretora Beth Wagner está no comando geral dos monitoramentos de fiscalização do Centro de Recursos Ambientais (CRA) nas praias do recôncavo baiano. Nas fiscalizações realizadas pelo órgão ambiental, foi verificada uma extensa mancha entre as cores vermelha e ferrugem, a 150 metros da praia - numa dimensão que vai da localidade de Bom Jesus dos Pobres até São Francisco do Conde, passando por Cabuçu, Saubara, Itapema e Acupe. Ainda não foi descoberta a origem do acidente. Há suspeitas de derramamento de substâncias químicas por alguma empresa localizada no entorno da baía.
Técnicos do setor de crimes contra o meio ambiente da Polícia Técnica estiveram na praia de Cabuçu na tarde de ontem, para recolher amostras de peixes frescos para estudo anátomo-patológico. De acordo com a coordenadora do setor, Daniela Falcão, a nova análise vai procurar resíduos de microorganismos nos animais que indiquem a presença anormal de algas no mar, a chamada maré vermelha. Falcão acredita ser esta a causa das mortes dos animais.
Começa hoje a distribuição de senhas, que darão direito aos moradores das cidades atingidas 2 mil cestas básicas, encaminhadas para o município pelo governo federal.
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